[Livro] O Destino Imutável - Capítulo 4: O Fim mutável? E a mudança drástica! | Livro completo gratuito | Mistérios Nerd




08:03 da manhã de uma Quarta-feira, era pra ser um dia normal como toda quarta-feira é, mas para mim isso simplesmente era oposto "como pode ser, a minha premonição pela primeira vez na vida previu um dia inteiro, o que isso significava? Eu sei muito bem que não tem como mudar final de algo que eu prevejo, isso era estranho, eu nunca previ um dia inteiro, era uma espécie de sinal do universo para mim não me declarar? É óbvio que a resposta é não, isso era o humor sem limite do universo querendo que eu sofra a mesma dor que vi, eu com certeza não irei fazer o que ele quer" foi o que eu pensei naquele momento.

Eu estava com raiva admito, isso pode ter cegado minhas ações, tanto que fiz burrices que não sei o motivo de ter feito. Não importava naquele momento, eu tinha pego o anel e joguei no lixo, e por algum motivo eu peguei a mochila da escola, porque? Eu mesmo não conseguia compreender sendo que nem tinha vontade de ir para lá, eu queria estar o mais longe possível.

Tanto faz, quando sai de casa e fui andando sem rumo, minha mente foi se acalmando e eu esfriei a cabeça, porém com o acontecimento eu não conseguia pensar com clareza como sempre faço e os pensamentos pessimistas tomaram conta de mim, todo tipo de pensamentos estavam passando por mim, após um tempo remoendo o que aconteceu eu havia percebido que... Fui bastante injusto com meus amigos e minha irmã, todos me avisaram e ignorei todos... 

Isso mexeu comigo de uma forma que cheguei a pensar que não era digno de ser amigo de gente como eles "como pode? Tem pessoas por aí que adoraria ter uma amizade verdadeira sem falsidade nem nada, e quando eu tenho amigos que são assim eu faço o total oposto, eu fico envergonhado por não dar a devida atenção a todos, como eu conseguiria olhar pra eles de novo? E o pior, como poderia ir pra escola e olhar a Rebecca normal fingindo que não me conhece e agindo como se nada tivesse acontecido" tinha pensado tudo isso, e o engraçado é que como eu não tinha me declarado nada tinha acontecido, mas eu pensei que tinha me declarado já e fiquei remoendo um sentimento que não tinha acontecido ainda.

-Se tu olhar mais ele vai assar.

Em poucas palavras alguém me trouxe a realidade novamente, sai um pouco dos meus pensamentos, e quando olhei um rapaz com barba por fazer e gorro estava me olhando.

-O que disse?

-Os patos, você está aí sentado olhando para eles faz um 15 minutos cara - o jeito dele dizer parecia forçado, como se ele estivesse pensando bem nas falas deles, mas não sei, mesmo assim eu meio que ignorei naquele momento, eu sinceramente não sei porque fiz isso, o jeito dele era estranho eu devia ter sacado... Pelo menos assim nada tinha acontecido comigo e eu teria evitado problemas... QUE RAIVA, COMO EU NÃO PERCEBI, O QUÃO INCAPAZ DE NOTAR AO MEU REDOR EU SOU!? O CARA TAVA DE BLUSA NUM DIA ENSOLARADO E DE GORRO ESCURO OLHANDO PARA TODO LADO!!! QUE ÓDIO DAQUEL..... Espera...  O que estou falando? Estou pulando parte da história, desculpa eu me exaltei...

Voltando onde parei, eu notei que estava num parque sentado numa cadeira de madeira ao lado desse cara com uma distância razoável, eu estava em frente a uma fonte grande com alguns patos nadando, eu sem querer estava encarando eles.

-Patos? Ah, sim, é que.... É que eu estava perdido em meus pensamentos...






-Ham... Percebi irmão - Irmão? IRMÃO!? Como eu odeio esse cara...

Eu tinha reparado mais ignorei como ele olhava prós lados toda hora, eu achei que ele estava esperando alguém já que olhava pro relógio também.

-Nossa, já é 08:49, o tempo passa rápido, acho que eu vou indo... - A verdade é que eu não tinha pra onde ir, não sabia o que fazer, eu nunca fui bom em falar com as pessoas, mas sempre tive gente interessada sobre mim, como no meu trabalho que tinha a Verônica. Apesar de agora odiar ela também...

Acho que fiquei um tempo parado e o cara notou que não sabia pra onde ir, assim ele continuou a conversa.

-Cê tem problema em, quer ir então vai pra casa .

-Não quero ir pra lá agora, tem gente que não quero ver.

-Problemas de casa é embasado mesmo.

-Pois é, eu queria só... Só... (suspiro)... Apenas sair e fazer outras coisas pra esquecer um pouco dos problemas...

O cara apesar de suspeito era um pouco legal, só um pouquinho, ele falou mais um pouco comigo mesmo com pressa, ele entendeu como me sentia sem vontade de voltar pra casa, apesar de pensar que ele entendeu de uma forma errada, pelo jeito que ele falava parecia que ele havia feito algo horrível e nunca mais voltou pra casa, Deus me livre, não queria errar ao ponto de chegar nisso.

Ficamos mais um pouco conversando e com o tempo fui percebendo que uma das coisas que adoraria no momento era "Tentar algo diferente", talvez seja uma desculpa para jogar outra frustração em cima da declaração até que ela esteja tão enterradas com outras frustrações que eu esqueça dela. Leve esse conselho para vida, não deseje mais do que se pode fazer, e não deseje de um jeito genuíno e inocente algo que possa ser usado de forma maléfica e manipuladora... olha só, até pareci um filosofo agora, que surpresa... Nunca fui de dizer palavras assim mas essa foi bonita, acho que to virando um mestre pensador... Voltando pra onde eu estava, peço desculpa por ficar falando coisas que não tem nada haver...

-Então mano, tu quer fazê outras coisas não? Então cola comigo ali e me ajuda a carregar umas coisas... - Naquele momento a gente estava conversando a tanto tempo que parecia um pedido de um amigo, eu sem pensar aceitei internamente o pedido dele...

-Carregar o que?

-Compras, preciso comprar umas coisas e tava esperando alguém pra me ajudar a carregar, mas o cara não veio então se tu puder me ajudar eu agradeceria

Ha ha, alguém suspeito me chamando pra fazer algo que parece suspeito, dizendo de uma forma suspeita por um cara suspeito com jaqueta suspeita num calor inocente, até parece que eu iria...

Bom, eu fui... Não me orgulho dessa decisão, na verdade não me orgulho de nenhuma das minhas escolhas recentemente, mas a vida é assim mesmo.

Eu fui até uma loja com ele e...

-Bom dia - Quando entrei fui recebido por um senhor de idade sozinho no balcão nessa pequena loja, lá vendia um pouco de tudo mesmo sendo pequena, desde frutas e verduras há produtos de limpeza e coisas que não se acha em uma loja qualquer.

-Bom dia - claro respondi o bom dia porém o cara do meu lado não respondeu, eu não tinha notado na hora mais ele estava bem tenso, evitando olhar pras pessoas que estavam dentro da loja, tinha umas duas pessoas que logo saíram sem comprar nada, restando apensar eu, ele e o senhor.

Ele pediu pra mim pegar umas coisas bem aleatórias, como batatinha frita, salgadinhos e alguns refrigerante, eu todo inocente fui lá e peguei tudo para ajuda-lo, levei tudo no caixa e foi quando ele sacou um revólver e apontou pra cabeça do senhor que estava no balcão, sabe a sensação de rejeição? Pode apostar que essa sensação é esquecível perante o medo de perder a vida, eu sinceramente achei que ele ia me matar ali junto com o velho, até que os gritos alto dele me trouxeram de volta ao mundo real...

-..... MULEKE... ACORDA PORRA, TA OUVINDO NAO? PEGA A SACOLA E PÕE O DINHEIRO DO CAIXA DENTRO, RÁPIDO!!!

O senhor ficou olhando tanto pra mim quanto pra ele com uma feição bem assustada, no entanto para mim isso parecia um olhar de julgamento, eu admito não estava nas melhores condições pra receber um olhar daquele por algo que nem ao menos era de meu feitio, eu internamente comecei a notar todos os pontos que o cara deu brecha pra mim suspeitar, e de todas eu ignorei algo como.... Todas... Graças a isso me meti numa confusão imensa...

Eu bem dei a volta pro lado de dentro do balcão e coloquei todo o dinheiro na sacola, e quando tava pegando o dinheiro eu fiz a coisa que mais me orgulho em toda minha vida, ao lado do dinheiro tinha um pequeno botão, eu suspeitei que esse botão chamaria a polícia, aí eu fiz no maior desespero a coisa mais heroica em toda minha vida, deixei algumas notas cair no chão e quando me abaixei pra pegar apertei o botão, óbvio que ele não fez nenhum barulho mais chamou a polícia pelo menos, quando peguei tudo eu escutava os gritos do cara pra gente sair correndo, eu ao invés de ficar eu fui, mas aposto que você também iria com ele, por que ele tinha UMA ARMA EM MÃOS, é claro que eu corri ao lado dele como se fôssemos parceiros, mas pelo meu medo era notável que a gente não era ...

A gente correu até a praça que estávamos inicialmente, ele pegou a sacola de dinheiro e me entregou algumas notas de 100 reais.

-Isso ai é pra vc muleke, robamo isso aê junto, é nois

Eu tentei recusar mas não conseguia falar nada, então ele colocou o dinheiro no meu bolso já que eu não respondia, a nossa fuga até a praça não foi das mais discretas nem das mais rápidas, logo a gente escutou sirene de polícia chegando, quando um carro se aproximou o cara saiu correndo e gritou.

-CORRE MULEKE, DEIXA ELES TE PEGAR NÃO!

Eu não sei porque, mas eu corri na direção oposta a da polícia, ao invés de correr até eles e falar que ele era o ladrão, eu corri do lado do ladrão... "Porque eu simplesmente não sumo? Chá de sumiço seria bom pra desaparecer... pra sempre..." pensei.







Eu corri, corri, e o cara armado começou a atirar na polícia, eu com certeza era mais lento que o ladrão  então ele foi muito na frente, eu não sou atlético e fiquei pra trás, o Cara obviamente me abandonou e eu... eu.... Eu corri pra uma escada só que escorreguei e caí de queixo no chão, ralou um pouco meu braço e o próprio queixo, foi quando me dei conta que não precisava correr, e quando pensei e falar com a polícia tinha dois policias apontando uma arma pra mim, um deles colocou o joelho bem na minha mão e pisou na outra, pra mim não me mover, fiquei ali todo imobilizado sendo acusado de um crime que não cometi, na verdade cometi, mas sem a intenção de cometer.

Enfim, eu tentei falar com os policiais mais nada deu certo, e eu não quero falar sobre meu drama e o quanto eu esperneei para polícia dizendo que era inocente, eu fiquei impressionado quando o policial disse que escuta isso todo dia, olha que ousadia, ladrão fala que é inocente por um crime que cometeu, como eles tem essa coragem de mentir? Isso é injusto com os honestos que são preso sem culpa, mas pulando a vergonha do meu showzinho, eu pulando a parte que chorei de medo dos policias, eu fui pra delegacia algemado e após diversos interrogatórios deles tentando puxar uma confissão minha e descobrir nome do meu "parceiro" que por sinal eu não sabia, eu finalmente consegui paz, claro que eu falar que sou inocente com dinheiro que não é meu no bolso é meio suspeito, foi então que pensei na ligação, pensei em ligar pra minha mãe ou pai... Só que seria muito ruim, por que ficaria de castigo até os 90 anos, pensei em ligar pra minha irmã, hesitei, me torturei com mais algumas horas com os polícias me acusando e falando que eu iria preso mesmo já estando, foi então que o senhor da loja entrou na sala e deu uma boa olhada no meu rosto... "FERROU, IREI SER PRESO ETERNAMENTE E NUNCA MAIS VEREI MEUS AMIGOS, EM QUE MOMENTO MINHA VIDA SE TORNOU ISSO? QUANDO FOI QUE EU ERREI? QUANDO!?"

-É ele mesmo, ele mesmo, tenho plena certeza - disse o senhor para o policial ao lado dele que entrou junto...

-É garoto, já era, esse é o fim, acabamos aqui... - Disse o policial andando em minha direção...

Será que é tarde pra pedir uma ligação?

[Continua]





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